terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tic-Tac



A vida anda, a vida segue, a vida e seus passos pequenos segue, aprende a andar por seus próprio pés, logo logo aprende a correr. Logo logo cansa-se e estaca-se em um banco tranqüilo, sentindo o vento bater e assistindo outras vidas passarem, e irem e acabarem.



Tic-Tac

faziam as sandálias

Tic-Tac

e os passos

Tic-Tac

e mais um passo

Tic-Tac

faziam as sandálias

Tic-

uma sandália

-Tac

outra sandália

Então o silêncio

Então nem passos

Então nem sandálias


A vida anda, segue, corre, cansa. A pilha do relógio, acaba. A calçada termina e lá vem a travessia, e o mesmo a paciência que silencia. E o mesmo os olhos que silenciam.

E a quietude da eternidade,

ou a coragem da vida nova. Ou a dúvida do medo; ou o medo da dúvida.


Tic-Tac

me dizia o relógio

Tic-Tac

me reclamava o relógio

Tic-Tac

me contava a vida

Tic-Tac

Tic-

-Tac

Então o silêncio

Então nem pressa

Então nem cruz nem espada.

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