A vida anda, a vida segue, a vida e seus passos pequenos segue, aprende a andar por seus próprio pés, logo logo aprende a correr. Logo logo cansa-se e estaca-se em um banco tranqüilo, sentindo o vento bater e assistindo outras vidas passarem, e irem e acabarem.
Tic-Tac
faziam as sandálias
Tic-Tac
e os passos
Tic-Tac
e mais um passo
Tic-Tac
faziam as sandálias
Tic-
uma sandália
-Tac
outra sandália
Então o silêncio
Então nem passos
Então nem sandálias
A vida anda, segue, corre, cansa. A pilha do relógio, acaba. A calçada termina e lá vem a travessia, e o mesmo a paciência que silencia. E o mesmo os olhos que silenciam.
E a quietude da eternidade,
ou a coragem da vida nova. Ou a dúvida do medo; ou o medo da dúvida.
Tic-Tac
me dizia o relógio
Tic-Tac
me reclamava o relógio
Tic-Tac
me contava a vida
Tic-Tac
Tic-
-Tac
Então o silêncio
Então nem pressa
Então nem cruz nem espada.
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