terça-feira, 7 de junho de 2011

Do que fazer depois


Precisar de mais, e mais, e sempre mais; só isto já tem me levado ao cansaço. Percebi-me fraco diante da ansiedade de querer tudo - que tem me dado de troco nada - e do anseio por um novo mundo - que trancou-me aqui neste e jogou as chaves fora.
Aí me entreguei ao marasmo, e bloquear o expressar tem me sido um fardo. Mas pior foi ter esquecido como voltar àquele que tinha tanto orgulho.
Tornei-me um absoluto clichê, um personagem de livro infantil; quero proteger a rosa, perseguir o coelho, encontrar o mágico, e ainda ter tempo de brincar no quintal.
Quem diria...
te perder não foi a pior parte.
A pior parte foi te superar e me perguntar:
- E agora?
E não obter qualquer resposta.
Quer dizer,
exceto o silêncio calmo dos dias seguintes,
exceto o silêncio exasperado dos dias anteriores,
exceto o silêncio desencontrado
entre palavras desencontradas
do agora - que só sabe soltar fumaça esperando encontrar algum vestígio de fogo.

É triste ter que dar o braço a torcer e dizer que a poesia da derrota sugere-se muito mais bela que a da vitória.
A rosa morreu,
o coelho escapou,
o mágico foi apenas um sonho,
e já não estou mais para brincadeiras.
E o irônico é eu ainda assim me sentir o vitorioso.