terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sinal


Não é que eu não saiba o que quero, eu só não encontrei ainda o caminho para chegar lá. Um tanto piegas, eu sei; nada muito diferente do que tenho feito minha vida inteira:
achado-me sempre
em caminhos não
lógicos. Atrás das
trilhas paralelas
aos caminhos
óbvios. Se é para estar nascido,
ao menos quero o prazer de uma viagem sem destino óbvio. Me devo isso. Me entendo ao compreender isto.
Os caminhos óbvios, os destinos óbvios; tantas 0bviedades animalescas, acidentais. As placas sinalizando e os sinais mostrando quando devo seguir ou ficar estancado no mesmo lugar. Tudo isto torna o passeio tão mecânico, tão impessoal. Te dão o direito à democracia da escolha, e logo apontam qual bifurcação "é o melhor caminho" ou "é a melhor saída".
Pois digo saber qual o melhor caminho, e digo quantas vezes for necessário:
não estou de
saída, ainda.
A hipocrisia da política, do sexo, da vida, me cansam. Mas tudo bem, para alguém que já nasceu sufocado pelas próprias tripas.

Quando olho em volta e vejo todas essas pessoas sem vida, me ocorre se elas - ou ao menos as inteligentes - não pensam o mesmo sobre mim.
Estaria eu sendo tão intolerante em relação à vida comum?
Às vezes acho que sim.
Às vezes sinto uma certa inveja por não me contentar com o comum satisfatório.
Quem sabe um dia...

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