quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Corrí




Corrí do medo em me achar esperto demais,
quando o que me resta é apenas ausência de coragem;
fugí do medo.
Corrí.
Peguei casaco,
esquecí de mim.


Não conseguí esperar o primeiro ônibus passar. Tive de sair andando, mesmo sem saber onde estava, por qual rua passava.
Meus olhos estavam turvos por lágrimas que não eram choro, tampouco frio. O vento estava forte, e o inverno não ajudava a minha pressa e personalidade descontinuada. O céu carregado assustava.

Passo,
e passo,
e passo e passo por tanto,
e passo por tantos prédios infestados de gente que mal entendem da própria vida e que tanto insistem em querer saber dos alheios dos andares de cima e dos andares de baixo, e dos andares de quem vem-e-volta de suas vidas.


Venho
vou
e nem tenho que entender.
Só venho, vou, fujo e passo. Sem luta, sem sangue.
Não tento entender. O tempo faz-se necessário, então. Então, o tempo vai.
E eu...
eu nem tento entender.
Eu apenas venho, vou, e quando menos espero dou de cara em algum que me dê algum descanço momentâneo. Não me obrigo ao entender. Apenas é isto, e não como aceitação, não como alguma tipo de lapso de
- Já que é isso, é isso e só.
Não.
Também nem sei dar nome ou expressão engraçada. Apenas corro do medo em me achar esperto demais.
Se driblo a tanto tempo do que ando me esquivando,
não necessito da coragem que me falta; absolutamente, e só, não quero compreender o que me faz faltar. E aí corrí,
e o frio que faz lá fora me fez perceber não ter trago, de novo, um casaco para me cobrir,
e o frio que faz lá fora me fez agradecer esquecer mim.

2 comentários:

  1. Gostei muito do seu blog!
    Ví que está apenas começando, mas siga em frente. Quero ter a oportunidade de visitá-lo mais e mais vezes.
    Você aceita parceria?
    Abraço!
    Visite o www.planteumasemente.com.br

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  2. Blog muito legal
    Parabéns!!!
    http://aufanaticos.blogspot.com/
    PArceria? deixa un recado

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