quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Retoriedades


Olho pela janela e vejo um horizonte que nunca imaginei;
olho para dentro de casa e vejo um dos lares que já sonhei;
olho para o espelho e revejo todos os sonhos;
sonho e vejo todos os horizontes que podem ser meus.
Os meus pés não estão no chão,
e não vejo mal nisso.
Honestamente, nunca entendi porque todos tem de ser tão exatos quanto ao futuro e ao passado; ou de onde estão pisando, exatamente de quais ovos estão desviando; não entendo a exatidão. Entendo tudo aquilo que me faz ser, ou que me fez ser, ou que me fará ser. Podem, todos eles, estarem ligados ao cálculo de alguma maneira, mas como poderia eu calcular quanto será eu mais alguém, quando não sei nem o teu nem o meu valor...

Aliás, como vai você?
- Estou bem, obrigado.
Mas não havia sido uma pergunta retórica.
Ou apenas tenha sido apenas uma resposta seca; intuitiva.
Apesar de eu não calcular, sei muito bem meus instintos, e entendo muito bem o chão - que apesar de não senti-lo com os pés, sinto com a face mais do que pretendo e menos do que conquisto, apesar de sentir ser exatamente na medida do merecimento.

- E você, tudo bom?
Se sorrir não basta para me dar ao direito ao silêncio,
se sorrir não basta para não me deixar mentir, ou iludir uma resposta,
então não sei, pois sorri apenas.
Fazer o quê além disto?
Seguir andando.

Um comentário:

  1. Retoriedade; é quando a paranoia que voc^ cria, se torna verdade.
    Quando os contos se reveste de fatos. Fatos esses não tão esperados, nem desejados, mas nada além do que voc^já havia imaginado.
    Até Newton precisou errar uma, duas... vezes para descobrir que é questão de plantio e colheita.
    Nada á menos nem mais do que merecia; -merece.

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