sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ao irmão



Era um garoto agitado, de gênio conturbado. De ações inacabadas, com sotaque engraçado. Em todas as horas agitava, a todo momento abraçava, empurrava, corria...
Uma vez bateu a cabeça por pular demais, ela sangrou.
Outra vez bateu a cabeça por pular demais, ela sangrou.
O garoto nunca parou, mesmo assim o garoto pulou.
Se afogou, tombou, apanhou, tropeçou, esbarrou...
Porém ao menos nadou, levantou, estapeou, correu, tentou.
É um garoto curioso. De curiosidade aguçada; de jeito engraçado.

Ouve tudo o que ouço -segue meus passos, faz o que faço, pergunta o que respondo, se interessa - para fingir ser gente grande - sem saber que nenhum de nós dois somos.

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