Fotografias de relógios sempre me cativaram; ainda mais se mistas ao Preto e Branco. Há algo nelas que poderia chamar de "ignorante". Onde nelas ignora-se a cor do cotidiano e o insistente passar do tempo.
Não importa o quão clichê estas grafias possam soar ao olhos; o clichê neste caso passa a ser um tenro desespero humano:
Por que tudo precisa ser tão colorido?
Por que o tempo precisa passar tão rápido?
Ao mesmo tempo a união de tempo e Preto-e-Branco mostra também a angústia da nostalgia.
Ah...
aquelas horas eram tão boas.
Estas já não.
Torno-me espectador dolorido do que vem e vai numa espécie de incessante vontade de mudanças.
Mas digo que não:
hoje se procuro a mudança é para que o ponteiro gire o bastante para que volte àquele tempo que me pareceu tão lógico e óbvio a necessidade da eterna lembrança da fotografia.
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