domingo, 5 de dezembro de 2010

- E por que não?


Eu poderia dizer o que eu quisesse, fazer só o que me importasse, ir onde me interessasse, amar só quem eu realmente amasse; mas não, sou obrigado a uma liberdade falsária, que me diz apenas o que quero ouvir.
Dentre todas coisas que conquistei, ainda não foi a coragem de encarar a verdadeira liberdade que encontrei; a verdadeira liberdade trás consigo as consequências, e estas ainda não tenho a força para.
Mas quando a coragem me tomar, serei dono do mundo. De outro, claro, pois este está tão vil quanto a proporção inversa de minha vontade de fazê-lo melhorar; e não digo entre linhas sobre a morte, falo sobre algo que eu possa construir com minhas mãos, pois também não falo sobre outra realidade em paralelo, digo da realidade em questão.
- Eu poderia, mas não com essas mãos.
- E por que não?
- Ainda não estão prontas, só.

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